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O porque do blog

A ideia de criar esse blog era antiga, mas ganhou forca numa aula de inglês, aqui em Vancouver, quando uma professora lamentou não saber quase nada sobre sua família de imigrantes italianos.

Da mesma forma, lamentei saber pouco sobre meus familiares, também imigrantes, e me perguntei: " o que estou fazendo para que meus descendentes saibam um pouco da historia da nossa família ? ", " por que deixar que a historia seja contada aos meus netos, se posso escreve-la em detalhes? ".

Se você quiser saber um pouco sobre imigração, cultura, politica e sociedade desde o inicio do século XX, embarque nessa viagem. Seja bem-vindo.

Abraços

quinta-feira, 13 de maio de 2010

10 anos de ausência

Logo nos primeiros meses após a partida de Frederico, sua família percebeu que a viagem de férias seria bem mais longa do que o esperado. A declaração de guerra mundial trouxe um sentimento enorme de desespero, tristeza e desamparo. Todos os dias buscavam por noticias e alimentavam a esperança do retorno do pai.

Ficou claro a todos, que as economias não seriam o bastante para mante-los por muito tempo, assim Wener e Erica, agora já formados, foram trabalhar.

Werner, estudante de contabilidade, conseguiu emprego na Siemens, onde sua fluência em alemão era muito considerada e nunca mais deixou a empresa.
Erica, entrou como aprendiz numa grande oficina de costura, a tradicional Casa Cisne e só saiu de la como contra mestre chefe.
Ruth, ainda com 9 anos, seguia com seus estudos e via na figura de Werner seu verdadeiro pai.

Muitos anos se passaram e a esperança de rever o pai, desaparecera.




Werner conheceu Mercedes.

Filha do meio de uma família de imigrantes espanhóis, ela era uma moça instruída e sua presença era notada facilmente. O relacionamento tornou-se mais sério e ambos resolveram não mais esperar pela volta de Frederico e marcaram casamento.





A família ainda participava de reuniões e festas da comunidade alemã, onde Erica conheceu vários rapazes e dentre eles, um em particular, que propôs namoro.

Nessa mesma época, a jovem Erica, mantinha uma rotina pesada de trabalho com poucas paradas para  descanso, quando realizava rápidos lanches na padaria vizinha. Foi numa dessas tardes, que ela conheceu Jayme.

Apesar das diferenças sociais e educacionais entre os dois e da oposição da família dela, o namoro se concretizou. Ela sentia que tinha nascido para estar ao lado dele e nada iria separa-los. Jayme, por sua vez, via nitidamente todas essas diferenças e por isso sentia um ciumes doentio dela. Loira, instruída, independente, sua presença se destacava ao lado dele. Muitas vezes se sentiu humilhado pela família e dela, que o classificavam como inferior e não merecedor do amor de Erica.

Em meados de 1950, num dia normal de trabalho na oficina, Erica presenciou algo que jamais esqueceria em sua vida.
Uma funcionaria, que até então era vista como qualquer outra empregada normal, fez com que todas as máquinas parecem de trabalharem, apenas usando seus poderes mentais.  Nesse momento profetizou algumas frases para algumas pessoas e se voltou para Erica e disse " ...a meia noite, minha máquina irá até sua casa....." . Após o incidente a moça perdeu os sentidos e todos ficaram chocados com o ocorrido.

Naquela noite, uma chuva torrencial lavava toda a cidade, mas mesmo assim, perto das 12 da noite, um mensageiro chamava insistentemente a porta.
Assustados, mas curiosos quanto a carta, todos ficaram perplexos quando leram que Frederico estava vivo e voltaria para casa, após 10 anos de ausência.

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